Comemorado hoje (3), o Dia do Delegado de Polícia celebra uma das funções mais importantes na estrutura da segurança pública do Brasil. A data faz referência ao decreto do imperador Dom Pedro 2º, que em 1841 instituiu o cargo de chefe de polícia, figura que daria origem ao delegado que conhecemos nos dias atuais. A celebração no entanto só foi oficializada nacionalmente pela Lei nº 13.567, de 2017, sancionada pelo então presidente Michel Temer (MDB).
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O dia é dedicado ao reconhecimento desses profissionais que atuam como garantidores da legalidade, responsáveis pela condução de investigações, pela chefia de equipes e pela defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos. Além de presidir inquéritos, o delegado determina diligências, lavra autos de prisão em flagrante, representa por medidas cautelares e assegura o cumprimento da lei ao longo de todo o processo investigativo.
Atual delegado regional de polícia em Santa Maria, Sandro Luis Meinerz, 55 anos, não planejava, inicialmente, seguir carreira policial. Durante a graduação em Direito, realizada na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), seu objetivo era a advocacia:
– Eu nunca pensei em ser delegado de polícia enquanto estava na faculdade. O meu objetivo era ser advogado, e me preparei durante os cinco anos para isso – diz.
Após formado, Meinerz prestou concurso para a UFSM, onde atuou como professor. A virada de carreira aconteceu quando surgiu o concurso para delegado.
– Abriu o concurso para delegado de polícia. Era uma temática interessante. Investigar crimes sempre chamou minha atenção. Sempre gostei do Direito Penal e do Processo Penal. Resolvi fazer o concurso e acabei aprovado – conta.
Ao ingressar na Polícia Civil em 1999, Meinerz se deparou com uma realidade muito diferente da atual:
– A polícia de 1999 era menos tecnológica, muito baseada na experiência, no trabalho de rua, na busca de informações. O que levávamos semanas ou meses para fazer, hoje resolvemos em minutos usando ferramentas tecnológicas e inteligência artificial.
Ele destaca a transformação da instituição ao longo das últimas décadas — tanto na qualificação dos profissionais quanto na evolução das técnicas de investigação.
– Hoje temos uma polícia mais tecnológica, com maior capacidade investigativa. Mas sempre é preciso o olhar cauteloso de quem está atrás da máquina – afirma.

Dedicação integral e liderança
Meinerz lembra que o cargo exige dedicação total. O delegado precisa ser também um gestor e líder. Bons resultados só são colhidos com boas equipes. Hoje, o policial precisa ter conhecimento multidisciplinar, ou seja, conhecer as diferentes áreas em que atua, inclusive a tecnológica.
Sobre o trabalho regional, Meinerz destaca:
– Melhoramos nossos indicadores, reduzimos o passivo de inquéritos e hoje temos delegacias mais eficientes. O compromisso de todos os delegados tem garantido a redução dos indicadores de criminalidade nos últimos anos.
Atualmente, Santa Maria conta com 11 delegacias e 14 delegados. Desse total, oito são homens e seis são mulheres. Alguns, além de serem titulares em Santa Maria, também precisam atender delegacias de outros municípios da Região Central por falta de mais profissionais para a função.
Atualmente, o salário inicial de um delegado da Polícia Civil do Rio Grande do Sul é de R$ 23,3 mil, e pode chegar a R$ 32 mil para quem atingir o topo da carreira. Mas nem sempre foi assim. Até a década de 1990, a remuneração dos profissionais, assim como da Polícia Civil como um todo, era menor.
Para ser delegado, é preciso ser formado em Direito, exigência que vigora desde 1976.
Confira a lista dos delegados que atuam em Santa Maria
- Sandro Luis Meinerz – Delegado Regional de Polícia
- Carlos Alberto Dias Gonçalves – Titular da 1ª Delegacia de Polícia
- Gabriel Gonzales Zanella – Titular da 2ª Delegacia de Polícia
- Alessandra Cristina Padula – Titular da 3ª Delegacia
- Antônio Firmino de Freitas Neto – Titular da 4ª Delegacia de Polícia
- Eduardo Flores Machado – Titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA)
- Roberta Marques da Rocha Trevisan – Delegada plantonista na DPPA
- Elaine Maria Schons – Delegada plantonista na DPPA
- Fabrício de Santis Conceição – Delegado plantonista na DPPA
- Adriano Winkelmann de Rossi – Titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP)
- Luiza Sousa Santos – Titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA)
- Elizabete Kaoru Shimomura – Titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)
- Débora Aparecida Dias – Titular da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI)
- Andre Sesti Diefenbach – Titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)